CIENTISTAS BRASILEIROS AVANÇAM NO TRATAMENTO DO AUTISMO
Cientistas brasileiros conseguiram identificar possíveis causas do autismo e trabalham em um tratamento que poderá eliminar seus sintomas.
O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que aparece nos primeiros anos de vida da criança, e que pode se manifestar em vários tipos de graus (mais leve ou mais severo). Como consequência, traz dificuldade de comunicação e interação social.
Apesar de se saber que o autismo está ligado a uma alteração genética, não se sabe ao certo a sua causa. O autismo tem sido objeto de estudo há muitos anos e, no Brasil, não tem sido diferente. Tanto que um grupo de cientistas brasileiros ligados à USP conseguiu dar mais um passo importante no tratamento do autismo.
Ao realizar pesquisas com dentes de leite de crianças (com e sem autismo) doados para uma ONG que tem um projeto chamado A Fada do Dente, do qual os pacientes fazem parte, conseguiram gerar em laboratório uma espécie de ‘minicérebros’.
E são nestes ‘minicérebros’ que são realizados estudos sobre o autismo, bem como os remédios que podem ajudar a melhorar a função das células dos cérebros autistas.
No meio de tantos estudos, os cientistas descobriram que no cérebro dos autistas, uma célula chamada astrócitos (que existe em grande número em nosso cérebro) são inflamadas e produzem uma certa substância em excesso, o que causa danos aos neurônios.
Logo surgiu a hipótese de que, ao encontrar uma droga que fosse capaz de bloquear essa substância e recuperar a forma e a função dos neurônios, seria possível melhorar as condições celulares e alguns sintomas do autismo.
E foi o que os cientistas brasileiros fizeram nos ‘minicérebros’ criados em laboratório, obtendo sucesso em seus testes preliminares.
Com este avanço nas pesquisas fica evidenciado que, no futuro, será possível tratar o autismo em si, e não apenas os seus sintomas.
Os testes ainda estão sendo feitos apenas em laboratórios, já que continuam estudando os efeitos colaterais que este tratamento poderá causar, mas agora há a esperança para que, em poucos anos, seja possível realizar testes em humanos.
O sucesso dos testes e o avanço do tratamento não significa, necessariamente, a cura para o autismo. Mas poderá amenizar ou até eliminar alguns sintomas, como irritabilidade e dificuldade de interação social. O tratamento, nesse caso, deverá ser feito por toda a vida.