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10/jul/2018

Entenda como a tecnologia pode ser uma aliada imprescindível na inclusão de crianças autistas ou hiperativas no convívio social.

Alguns estudos realizados pela Universidade de Bloomington, nos EUA, mostraram que cerca de 20-30% das crianças que nascem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) serão incapazes de comunicarem verbalmente seus pensamentos, vontades e necessidades.

Isso significa que milhares de crianças viverão em um mundo isolado e ‘não-verbal’. Quando os indivíduos apresentam deficiências graves de fala e linguagem, as estratégias de comunicação aumentativa e alternativa (CAA) podem proporcionar-lhes a oportunidade de se expressar e terem uma ‘voz’. A incapacidade de se comunicar tem um impacto significativo na qualidade de vida, no acesso educacional e no desenvolvimento de habilidades e relacionamentos sociais. A frustração de não conseguir se comunicar também pode levar ao desenvolvimento de comportamentos negativos.

Analisando esse contexto, é imperativo que as entidades de ensino assegurem a participação e a compreensão de todos os alunos. Para isso as escolas, os coordenadores pedagógicos e os professores precisam rever o seu papel na gestão escolar, utilizando metodologias que proporcionem uma melhor aprendizagem às crianças com autismo e hiperatividade. Somente dessa forma a inserção dessas crianças na sociedade torna-se possível. E uma das opções é o uso de tecnologias específicas.

A proliferação de tecnologias móveis de baixo custo mudou drasticamente a forma como educadores interagem com crianças autistas. De smartphones a tablets (utilizando telas sensíveis ao toque), os dispositivos de computação móvel nunca foram tão amigáveis, baratos e acessíveis.

O uso desta tecnologia, junto com as ferramentas certas, é perfeito para estimular o aprendizado e incluir as crianças autistas e hiperativas no ambiente escolar, além de auxiliar no desenvolvimento de sua capacidade de comunicação.

Como usar a tecnologia para a inclusão social?

O ideal é promover a interação de crianças autistas ou com TDAH de forma lúdica, com atividades que auxiliem no aprimoramento de atenção, foco, paciência e tomada de decisões.

Vale usar teclado alternativo, livros digitais e publicações em áudio, planilhas eletrônicas, sublinhadores e organizadores gráficos, aplicativos para reconhecimento de fala, leitores de tela, sintetizadores de voz e a mesa digital.

Socializando com robôs

Uma abordagem promissora envolve os robôs interativos, que ajudam as crianças com autismo a lidarem com situações sociais. Pesquisas em várias universidades mostraram que crianças autistas acham mais fácil se relacionar com robôs do que com outras pessoas (cujos sinais de comunicação são mais sutis e difíceis de interpretar).

Robôs humanóides, semelhantes a um brinquedo, mas com uma inteligência artificial avançada, conseguem detectar e analisar as ações das crianças, respondendo de formas que reforcem o aprendizado social.

Esses robôs interagem socialmente com as crianças de uma forma segura, colocando em prática suas habilidades sociais. Crianças que se sentem relutantes em entrar em uma atividade social podem se sentir mais confortáveis interagindo com um robô, que é mais previsível e não as julga.

Teclados alternativos

São teclados programáveis e com funções especiais que permitem personalizar a aparência e as funcionalidades de um teclado padrão.

Crianças autistas ou hiperativas, que possuem distúrbios de aprendizado ou dificuldades para digitar, podem se beneficiar dessa personalização que permite reunir as teclas por cor ou adicionar cores para facilitar o seu manuseio.

Livros e publicações em áudio

São ideais para quem tem dificuldade de concentração ou algum tipo de deficiência visual. Funciona como uma biblioteca em áudio. Com eles é possível ouvir textos em tocadores de MP3, CDs ou qualquer outra plataforma de som. Tablets com aplicativos que simulam esses dispositivos também podem ajudar muito no aprendizado e inclusão social de crianças autistas.

Sublinhadores e organizadores gráficos

Este software permite organizar e, também, destacar ideias ainda não estruturadas.

Planilhas eletrônicas

Com essas planilhas é possível organizar e alinhar informações na tela do computador. São muito utilizadas para solucionar problemas matemáticos, principalmente para quem não consegue fazer os cálculos utilizando lápis e papel.

Software para reconhecimento de fala

É utilizado principalmente com crianças e adolescentes que possuem dificuldades motoras mais severas. Com ele o aluno dita e o software escreve.

Auxilia para elaborar redação ou respostas dissertativas além de, é claro, aumentar a autoestima.

Leitores de tela e sintetizadores de voz

Com eles é possível tanto a leitura dos materiais quanto a checagem do que o estudante com autismo ou TDAH está escrevendo.

Mesa digital

A mesa digital (ou play table) é uma ferramenta ludopedagógica que auxilia no desenvolvimento cognitivo e motor da criança. Ela pode ser utilizada tanto de modo compartilhado com outras crianças ou em um trabalho específico. E ainda há diversos aplicativos capazes de ajudar neste processo de inclusão. Alguns deles são:

Livox: É um aplicativo que permite que pessoas com qualquer tipo de deficiência que impeça ou dificulte o processo da fala (como autismo ou paralisia cerebral) consiga se comunicar.

É considerado um dos melhores aplicativos de inclusão do mundo.

CPqD Alcance: Ele facilita a navegação de cegos ou pessoas com baixa visão. Ele utiliza o som para guiar os portadores de deficiência a usar o celular.

Web Para Todos (WPT): É uma iniciativa com o intuito de deixar acessível as informações em sites e na internet de um modo geral. O projeto conta com a parceria de entidades, empresas, universidades e diversas pessoas que defendem uma Internet mais acessível.

Promover a educação inclusiva é criar possibilidades de novas formas de aprendizado e desenvolvimento para que crianças com distúrbios e dificuldades de interação social tenham um melhor desempenho e, ainda, possam se relacionar melhor com outras pessoas.

 


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03/jul/2018

Conviver com crianças autistas ou que apresentam TDAH pode ser exaustivo e frustrante. Mas o amor e a paciência são as chaves para o sucesso da convivência de uma família nesse processo.

O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e o autismo são distúrbios que afetam a interação social, a comunicação e o comportamento das crianças. Consequentemente, esses distúrbios acabam afetando também a vida familiar e, é claro, o desempenho escolar/acadêmico.

Criar uma criança com autismo ou TDAH pode ser um desafio para os pais, especialmente quando outras pessoas não entendem os problemas vividos por eles. São crianças que vivem e experimentam o mundo de forma diferente das demais pessoas. Possuem dificuldades de se expressar e, também, algumas limitações sensoriais.

As famílias que convivem com crianças com TDAH ou autismo precisam ter paciência e mais tempo disponível do que os outros pais – sem falar na energia e disposição diárias. Alguns pais ficam embaraçados quando o filho demonstra comportamentos incomuns em público, como:

  • Toque inapropriado em outras pessoas
  • Serem muito honestos sobre a aparência de alguém
  • Bater as mãos ou girá-las
  • Ficar fascinado com um item em particular
  • Exibições extremas de afeição (ou o oposto)

Tais comportamentos costumam gerar stress na família. Aliás, conflitos conjugais são muito comuns em razão de episódios assim. Grande parte dps pais destas crianças sentem-se sobrecarregados, culpados, confusos, irritados e até mesmo deprimidos.

A frustração é um sentimento muito presente na vida destes pais, seja porque seus filhos não são como eles desejaram ou quando outras pessoas não entendem ou não sabem como lidar com as situações vividas por eles.

Além da frustração, outro sentimento comum é a ansiedade. Estes pais, em sua maioria, vivem ansiosos sobre o futuro, pensando em como seus filhos irão viver em sociedade. É importante entender que emoções negativas podem ser normais devido ao grande peso do stress que estes pais enfrentam. Não há do que se envergonhar desses sentimentos, pois eles resultam de um esgotamento físico e emocional.

O stress prejudica tanto os pais quanto o tratamento das crianças que possuem problemas com os distúrbios. O conflito conjugal afeta negativamente uma criança por vários motivos:

  • Reduz o senso de segurança da criança em seu ambiente doméstico;
  • Perturba o relacionamento pais/filhos;
  • Diminui o monitoramento parental de comportamentos potencialmente perigosos;
  • Atua mais diretamente como uma plataforma para comportamentos agressivos.

Como a família de crianças com TDAH e autismo pode melhorar seu cotidiano?

Para ter uma qualidade de vida melhor, os pais de crianças com TDAH e autismo devem procurar um diagnóstico precoce de um especialista.

É importante ressaltar que, apesar dos desafios e dificuldades, crianças com autismo e TDAH podem viver vidas felizes e realizadas.

Confira algumas dicas para os pais conseguirem melhores resultados com seus filhos:

  • Busque informações atuais e confiáveis sobre os distúrbios;
  • Busque apoio de grupos que passam por esta experiência;
  • Fale abertamente com amigos e familiares sobre os distúrbios;
  • Faça treinamento comportamental relacionado ao autismo;
  • Celebre cada conquista da criança, por menor que seja;
  • Procure ter atitudes positivas sobre qualquer acontecimento;
  • Incentive a criança a ter amigos;
  • Estabeleça rotinas.

Além dos pais, os irmãos também acabam sendo muito afetados por conviverem com uma criança que tenha TDAH ou autismo.

Elas acabam sofrendo com uma vida em que os pais se dedicam mais ao irmão, além do stress gerado dentro de casa em razão de conflitos escolares, emocionais ou sociais. Como os pais geralmente estão estressados ou sobrecarregados em cuidar do filho com distúrbio, podem esquecer dos demais, fazendo com que os outros se sintam abandonados e desprotegidos. Isso pode ser traumático, ainda mais quando essas crianças não têm idade e nem maturidade para entender a situação.

Sem contar que, em alguns casos, os pais delegam aos demais filhos a obrigação de cuidarem do irmão que sofre com autismo ou TDAH, sobrecarregando-os com responsabilidades que não são suas. Muitos dos irmãos sonham em ter uma vida tranquila e comum, assim como os demais. E isso acaba gerando um sentimento de frustração. É fundamental que a família se lembre de cuidar de suas necessidades como um todo, não focando somente no filho com o distúrbio.

Quanto mais cuidarem de si mesmos, mais eficientemente poderão ajudar seu filho ou irmão a maximizar sua qualidade de vida. Criar filhos com autismo ou hiperativos é fácil? Não, nem um pouco. A vida da família muda? Sim, algumas rotinas e atividades acabam mudando.

Mas é possível ter uma vida normal? Sim. No começo, obviamente, a família precisará aprender a se adaptar às necessidades especiais dessas crianças. Mas no decorrer do tempo, é possível ter uma vida praticamente normal, com atividades em família, passeios e viagens.

Assim como em qualquer relacionamento, o amor e a paciência são as palavras-chave para que esse processo dê bons frutos.