Uma pesquisa realizada pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e publicada pela revista Nature, uma das revistas científicas mais conceituadas do mundo, concluiu que mulheres têm respostas imunológicas mais rápidas e mais fortes a Covid-19 do que os homens. 

Conduzida por cientistas de vários países, inclusive cientistas brasileiros,  o estudo analisou pacientes, dos dois sexos, com média de 60 anos, e identificou que as mulheres desenvolveram uma resposta mais eficiente das células T, que são responsáveis por estimular a produção de anticorpos ou destruírem diretamente as células infectadas pelos vírus, entre eles, o Sars-CoV-2, impedindo a propagação da infecção. Com isso, as mulheres desenvolvem menor número de casos graves de covid.

 

“Os homens desenvolvem mais respostas inflamatórias de citocinas do que as mulheres no início da Covid-19. Além disso, elas apresentam melhor imunidade às células T do que os homens”, afirmou a imunologista Akiko Iwasaki, líder da pesquisa da Universidade de Yale.

 

As respostas inflamatórias envolvem algumas reações do sistema imunológico que causam o que é chamado  de “tempestade de citocinas” no corpo. As citocinas são proteínas que estimulam o sistema imunológico. No estudo, os cientistas perceberam que as citocinas estavam elevadas em todos os pacientes com Covid-19 em relação a quem não tinha a doença (grupo controle). “E os homens tiveram mais citocinas do que as mulheres”, disse Akiko.

 

Os médicos alertam que o quadro grave de uma doença não está relacionado apenas ao funcionamento do sistema de defesa do corpo. Existem diferenças hormonais e comportamentais que podem ser associadas aos quadros mais graves. 

Dessa maneira a pesquisa procura caracterizar apenas a resposta imune de homens e mulheres.

 

O desenvolvimento de respostas imunológicas mais rápidas e mais fortes entre as mulheres no combate ao coronavírus pode estar relacionado à proteção contra os patógenos para a gestação. A eficiência da resposta feminina em relação à masculina prevalece mesmo em idades avançadas. Quanto mais velhos os homens, mais fracas são as respostas das células T. 

 

Vale destacar ainda que o estudo serve como uma base importante para se entender o ataque do vírus. Desde o início da pandemia os homens mais velhos, acima de 60 anos, apresentaram um maior risco de adoecer e morrer do que as mulheres da mesma idade. Sendo que os homens representam 60% das mortes por COVID-19 no mundo.