VARIANTE BRASILEIRA DO CORONAVÍRUS PREOCUPA O MUNDO
O coronavírus já não é mais o mesmo: desde que foi detectado pela primeira vez em janeiro de 2020 na cidade de Wuhan, na China, ele passou por uma série de modificações e atualizações em seu código genético.
Uma das alterações que mais chamaram a atenção apareceu recentemente na cidade de Manaus. Essa nova variante detectada na capital amazonense no começo de janeiro levanta uma série de preocupações em grupos de pesquisa e autoridades sanitárias do mundo inteiro.
A nova cepa, que ganhou o nome de P.1, foi flagrada pela primeira vez no dia 10 de janeiro em quatro indivíduos que desembarcaram em Tóquio, no Japão, após uma viagem para o Amazonas.
Alguns dias depois, um estudo que envolveu mais de dez instituições brasileiras, inglesas e escocesas detectou os primeiros casos da variante na própria cidade de Manaus, que tudo indica ser o local de origem dessas mutações.
Junto com o agravamento da pandemia no país, o achado de uma nova variante por aqui fez com que vários países restringissem ou proibissem voos que têm como origem ou destino o Brasil.
Além de Japão e Brasil, outros seis países já flagraram a P.1 em seus territórios: Itália, Coreia do Sul, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e as Ilhas Faroe, um arquipélago europeu localizado entre a Islândia e a Noruega.
No entanto, ainda não há transmissão local nesses lugares: pelo que se sabe até o momento, todos esses casos foram importados do Brasil. Ao que parece, o diagnóstico rápido barrou o espalhamento da nova cepa por essas nações.
Mas por que a variante de Manaus preocupa tanto? E o que ela pode significar para o enfrentamento da pandemia?
A exemplo do que ocorreu nos exemplos citados acima, os estudos com a linhagem manauara indicaram a presença de mutações com potencial de agravar ainda mais o cenário da pandemia.
A primeira delas é a N501Y, que também aparece nas cepas do Reino Unido e da África do Sul. Essa alteração genética mexe justamente na tal da espícula, tornando o vírus ainda mais infeccioso.
Outras duas mutações presentes na P.1 são a E484K e a K417T. Pelo que se sabe até o momento, elas “atualizam” o coronavírus e permitem que ele drible o sistema imune. Isso pode acontecer em indivíduos que já tiveram a covid-19 antes.